quinta-feira, 4 de novembro de 2010


    Fungos
     Os fungos são microorganismos que não têm a capacidade de absorver energia e nutrientes da luz solar, já que carecem de clorofila, como os humanos, heterotróficos. Alimentam-se de desfeitos de plantas e outras matérias descompostas. Neste sentido, os fungos são um elo indispensável para a vida na terra, ainda que estão na base da corrente alimentícia. Os mohos se apresentam principalmente como longas fibras ou fios. Estas fibras se denominam micélio e se originam a partir de uma célula do fungo. Podem formar uma rede interconectada de hectares de extensão. Por meio das esporos, os fungos podem reproduzir-se vegetativa e regenerativamente.

Características e Variedade dos Fungos


    Muitas vezes os fungos foram comparados a vegetais, no entanto, são organismos que não possuem clorofila em suas células e, portanto não realizam fotossíntese. Todos os fungos são eucariotos e podem ser unicelulares (leveduras, quitrídias), ou multicelulares. Normalmente possuem dois núcleos em suas células os quais podem ser visualizados pelo microscópio óptico empregando-se técnicas decoloração apropriadas.
   As células fúngicas agrupam-se em filamentos, podendo ou não apresentar septos entre elas, porém, mesmo quando presentes as funções metabólicas ocorrem sem impedimentos entre as células.
  As hifas interagem entre si mesmo quando originadas de micélios ou esporos diferentes e com isso, aumentam a superfície e relações que estabelecem com o ambiente.
  As células dos fungos não possuem plastídios e nem centríolo. As mitocôndrias são constituídas por cristas planas. Também estão presentes a estrutura de Golgi e os peroxissomos. Possuem parede celular constituída principalmente por quitina e β-glucanos. A membrana celular é constituída por ergosterol, um esterol característico de fungos, também presente em algumas microalgas. Flagelos podem estar presentes somente nas estruturas de reprodução em alguns grupos.
   São organismos heterotróficos que obtêm nutrientes por absorção, ou seja, lançam enzimas aos substratos onde colonizam e absorvem os nutrientes através da parede e membrana celular. Nas células dos fungos existe um fluxo citoplasmático o qual permite a difusão de nutrientes solúveis favorecendo o metabolismo entre as células. Exibem reprodução sexuada e/ou assexuada de diversas formas, bem como o fenômeno de parassexualidade, que consiste na recombinação genética na mitose. As estruturas de
reprodução são diferentes daquelas somáticas, exibindo uma variedade de formas, as quais são utilizadas na classificação dos fungos.
    O reino Fungi abrange uma enorme diversidade de táxons, com ecologias, estratégias de ciclos de vida  e morfologias variadas, que vão desde os quitrídios aquáticos unicelulares aos grandes cogumelos. Contudo, pouco se sabe da verdadeira biodiversidade dos fungos, que se estima incluir cerca de 1,5 milhões de espécies, com apenas cerca de 5% destas formalmente classificadas. Desde os trabalhos taxonómicos pioneiros dos séculos XVII e XVIII efetuados por Lineu,Christiaan Hendrik Persoon e Elias Magnus Fries, os fungos são classificados segundo a sua morfologia (características como a cor do esporo ou caraterísticas microscópicas) ou segundo a sua fisiologia. Os avanços na genética molecular abriram o caminho à inclusão da análise de ADN na taxonomia, o que desafiou por vezes os antigos agrupamentos baseados na morfologia e outros traços. Estudos filogenéticos publicados no último decénio têm ajudado a modificar a classificação do reino Fungi, o qual está dividido em um sub-reino, sete filos e dez subfilos.

Doenças causadas por Fungos

Micoses superficiais
Nesse tipo de micose, os fungos se localizam na parte externa da pele, ao redor dos pêlos ou nas unhas, alimentando-se de uma proteína chamada queratina. A micose superficial mais comum é a frieira (tinea pedis) ou 'pé-de-atleta', que atinge a pele entre os dedos, geralmente dos pés. Ela pode vir acompanhada de uma infecção bacteriana. Em alguns casos a cura pode demorar vários meses.  A onicomicose (infecção fúngica da unha) também é extremamente frequente na população adulta, particularmente nas unhas dos pés. A Pitiríase versicolor, conhecida vulgarmente como pano branco, é uma       micose superficial causada pela levedura P. ovale.


Blastomicose sul-americana
    A blastomicose sul-americana, também conhecida por Doença de Lutz-Splendore-Almeida é uma doença pulmonar causada pelo fungo Paracoccidiodes brasiliensis, considerado como um fungo                                                            dimórfico muito semelhante ao Histoplasma capsulatum que causa a doença Histoplasmose. A sua forma sexual multicelular é um bolor com micélios constituídos por hifas, mas no homem adapta a forma unicelular levedura com multiplicação assexuada por germinação.
Afeta principalmente os agricultores que trabalham com terra que contenha os seus esporos. A infecção é pela inalação desses esporos infecciosos. A doença afeta de forma idêntica aos cães, sendo muito mais comum nesses animais.





Histoplasmase
     A Histoplasmose é uma micose sistémica, ou seja, uma doença causada por um fungo, o Histoplasma capsulatum, que afecta os órgãos internos.
H.capsulatum é o nome da forma unicelular, ou levedura de reprodução assexuada do fungo dimórfico cuja forma multicelular sexuada se denomina Emmonsiella capsulata(antigo Ajellomyces capsulatus:é comum os fungos terem dois nomes mesmo tratando-se da mesma espécie definida biológicamente pois os antigos taxonomistas não o sabiam). A espécie sexuada multicelular é um ascomicota que habita em solos com alto teor de nitrogénio como os das cavernas de morcegos, ou zonas de cidades com alto número de pombos, ou galinheiros.
Estes fungos vivem na natureza de forma livre (alimentando-se de detritos orgânicos) e a infecção humana acontece após inalação dos seus esporos. No ser humano o fungo adopta uma forma de levedura com três micrômetros, reproduzindo-se por geminação (uma forma de divisão celular assimétrica comum nos fungos). Apesar do seu nome, o histoplasma não é capsulado, só que com métodos tradicionais de coloração como a técnica de Gram, os seus lípidos membranares repelem o corante dando a aparência de uma camada capsular.
Em cultura a levedura tranforma-se e cresce com formação de hifas.

Importância dos Fungos para o Ser Humano

Versáteis, entram tanto na fabricação de queijos,vinhos,pães e cervejas quanto no controle de qualidade de produtos industriais.
Eles mofam pães, estragam sapatos e tingem paredes com manchas verdes. Ao mesmo tempo são considerados como fontes de remédios, sobretudo antibióticos, e provocadores de doenças, também são mundialmente consumidos na forma de pratos nobres, como as raríssimas e caras trufas e o champignon
Os fungos crescem tanto em organismos vivos como nos mortos, começam a ser cobiçados para ajudar empresas brasileiras no controle de qualidade de produtos industrializados.
De inconvenientes, os bolores e mofos tornaram-se mais um utensílio dos cientistas nas pesquisas com medicamentos, sendo denominados como desinfetantes, inseticidas e, mais recentemente, anticorrosivos e simplificadores dos mecanismos de produção de álcool. Isso fez crescer o interesse de várias indústrias pelos fungos, fato que está causando furor nas micotecas( laboratórios que os criam) que armazenam e distribuem, classificando-os segundo sua origem e características peculiares. À medida que cresce a procura, aumenta a quantidade de tipos explorados.
Pela diferença em relação aos outros seres é que levou à criação do reino Fungi, um dos cinco reinos da natureza. Os outros quatro são o Animalia, dos animais; Plantae, dos vegetais; Monera, de organismos unicelulares como as bactérias; e Protista, dos organismos unicelulares como os protozoários. Saber com exatidão quais são esses seres que jogam ora contra, ora a favor do homem foi só o começo: "A história dos fungos é linda e foi pouco estudada", diz Pedrina. "Seu potencial encontra se em aberto."

   ANTIBIÓTICO POR ACASO

Enquanto alguns fungos provocam espirros, outros salvam vidas. Prova dessa benevolência dos membros do reino Fungi é a descoberta que o bacteriologista Alexander Fleming fez em 1928. Ele trabalhava num laboratório em Paris, quando descobriu um ser alienígena desenvolvendo-se no meio das bactérias Staphylococcus com as quais realizava pesquisas. Em vez de ficar irado com o intruso, Fleming decidiu estudá-lo e o identificou como sendo esporos do fungo Penicillium notaram que estavam “acidentalmente" inibindo o desenvolvimento das bactérias. Ele acabava de descobrir a penicilina, o primeiro de uma série de antibióticos que revolucionaram a Medicina.
Foi do ascomiceto Penicillium chrysogenum que se extraiu originalmente a penicilina, um dos primeiros antibióticos a ser empregado com sucesso no combate a infecções causadas por bactérias.




Importância dos Fungos para o Meio Ambiente

  
   Atualmente estima-se que existam cerca de 1,5 milhões de espécies de fungos, sendo conhecidas pelos micologistas somente cerca de 69.000 espécies. Infelizmente, devido à ação predatória do meio ambiente várias dessas espécies estão sendo extintas antes mesmo de serem conhecidas, causando prejuízo imensurável para o equilíbrio ecológico, além de não se obter conhecimento do potencial biotecnológico dessas espécies. Foram agrupados em um reino a parte conhecido como Reino Fungi por apresentarem características peculiares que os diferem tanto de animais como de vegetais, além do grande número de espécies encontradas por todo o planeta.
   Os fungos utilizam uma variedade de substratos como fontes de carbono, entretanto, alguns grupos se especializaram em degradar substratos particulares, tornando-se mais competitivos quanto a outros microrganismos. Por essa razão os fungos são encontrados em praticamente todos os ambientes no planeta.
Apesar de estarem presentes na natureza em maior número que os animais, na maioria das vezes são observados somente quando espécies terrestres produzem bonitos cogumelos ou orelhas de pau. Porém, não se percebe a importante ação desses organismos na manutenção e ciclagem de nutrientes na natureza.
Percebemos como os fungos são importantes para manutenção da vida no planeta se considerarmos que em uma floresta, por exemplo, ocorre grande deposição de material vegetal como troncos, galhos e folhas. A lignina, celulose e hemicelulose são moléculas persistentes na natureza e estão presentes no tecido dos vegetais. Sem a atuação dos fungos não seria possível a reciclagem desse material. Isso porque a lignina, um dos constituintes da parede celular dos vegetais, apresenta considerável resistência no meio ambiente. Os fungos basidiomicetos lignocelulolíticos, ao que parece, são os únicos organismos que possuem enzimas capazes de desestabilizar as moléculas de lignina e assim, reciclar essa matéria orgânica disponibilizando os produtos da degradação para ação de outros microrganismos e o crescimento de plantas e eventualmente de animais. Portanto, as atividades dos fungos na natureza são tão necessárias para a continuidade da existência do planeta, quanto são aquelas desempenhadas pelos organismos produtores.
   Muitos fungos também estabelecem relações simbióticas com outros organismos. Por exemplo, os liquens são associações simbióticas mutualísticas entre fungos (principalmente ascomicetos e basidiomicetos) e algas verdes também chamadas de cianobactérias. As algas fornecem aos fungos compostos carbônicos ricos em energia, enquanto os fungos fornecem às algas nutrientes minerais provenientes do ambiente, além de proteção às variações inóspitas do ambiente. Essa relação entre esses dois simbiontes atribui aos liquens a capacidade de viverem em diversos ambientes.
   Outra importante associação simbiótica entre fungos e raízes de grande parte das plantas superiores são as “micorrizas”, nessa associação os fungos disponibilizam elementos essenciais para o desenvolvimento das plantas, como o fósforo, zinco, manganês e cobre. Em compensação, os fungos micorrízicos são providos de carboidratos oriundos das plantas que coloniza.